sábado, 11 de fevereiro de 2012

Greve da policia

Estamos vivendo um período difícil, com greve das polícias na Bahia e ameaça de greve no Rio de Janeiro. Em paralisação anterior no Rio, todos os grevistas foram anistiados por lei, mesmo aqueles que invadiram e vandalizaram dependências públicas. Agora, ameaçam nova greve. Vale lembrar que nossa constituição proíbe expressamente greve aos militares.
Quando assumi a presidência da CSN, a empresa era famosa por suas greves. Duas por ano, com graves problemas para a empresa: risco de dano aos equipamentos, perda de produção, atraso nas entregas. A CSN era conhecida jocosamente no mercado como empresa vaga-lume: acende e apaga.
Como conseqüência, as greves eram resolvidas rapidamente, concedendo aos grevistas praticamente todas as reivindicações, não descontando dias parados, não punindo atos de vandalismo, etc.
Com todos esses incentivos, por que não fazer greve? Era um ótimo negócio, além do ganho de alguns dias de férias remuneradas.
A mais longa greve da CSN, que ocorreu antes da minha entrada na empresa, e durou 17 dias. Essa foi aquela em que morreram três operários.
Quando assumi a presidência, sabia que tinha que dar fim a essa brincadeira de mau gosto. A única paralisação que ocorreu durante meu período durou 31 dias, quase o dobro do recorde anterior. A empresa pagou caro. Não cedi às reivindicações, descontei os dias parados e puni com demissão todos os atos de vandalismo.
Essa foi a última greve. Ano de 1991. Desde então não ocorreram mais paralisações.
Será que nossos governantes vão aprender a lição?
Roberto Lima Netto
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